Blurb
Franz-Josef Murau é a ovelha negra de uma família de latifundiários austríacos: sua repulsa pela Áustria o levou a auto-exilar-se em Roma. Quando um telegrama lhe comunica a morte dos pais e do irmão, é obrigado a regressar imediatamente à terra natal, Wolfsegg. Estivera ali dias antes, para o casamento da irmã. Reduto católico e nacional-socialista, Wolfsegg espelha a infâmia austríaca: é a fonte do sustento e da ruína moral de Franz-Josef, seu novo proprietário.Neste livro em que tudo se repete, a viagem desencadeia a ação, isto é, desencadeia um fluxo de pensamentos e reminiscências que se torna mais cerrado a cada página, mais obstinado, mais compulsivo. Murau tem de repetir a viagem recém-concluída, participar de rituais fúnebres que se repetem há séculos, repetir em palavras, extensivamente, a torrente de suas memórias. Esta será a forma de apagar qualquer vestígio que o prenda à origem execrada: "Estou de fato retalhando e dissecando Wolfsegg e os meus, aniquilando-os, extinguindo-os, e retalho e disseco dessa forma a mim mesmo, disseco-me, aniquilo-me, extingo-me".Poucos escapam da virulência de Murau, cuja desmedida chega a torná-lo burlesco, a dar à sua voz um tom caricato. A catilinária a que ele se entrega equivale a renunciar incondicionalmente a si mesmo e ao mundo - e nesse processo idéia e forma lingüística confluem com virtuosismo. Casando com maestria fábula e concepção lingüística, Thomas Bernhard empresta a Murau um falso coloquialismo que se apóia numa sintaxe circular altamente elaborada, num amálgama de discurso direto e indireto que faz a voz de Murau ecoar todas as vozes que abomina.A idéia, a necessidade ou o desejo de autodestruição estão no centro da obra de Bernhard. Em Extinção , romance repleto de alusões a livros anteriores do autor e que é também o título do testemunho escrito de Murau, este centro parece avançar até a borda e restar como verdade última da existência e da linguagem.Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Capa
First Published
1986
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Karl-heinz.hamacher
Man nennt es wohl sein Hauptwerk. Es hat mich dazu gebracht, mich intensiv mit dem Leben des Autors zu beschäftigen. Und ich war erstaunt, wie viel Sekundärliteratur es da gibt. Das hat zehn Jahre gedauert und ob ich heute schlauer bin, ist mir nicht ganz klar. Wer Bernhard wohl am besten charakterisieren kann, ist Claus Peymann
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Klauda
Thonas Bernahrd ist der wichtigste deutschsprachige Nachkriegsautor. Auslöschung stellt sein Vermächnis dar, ich glaube, drei Jahre vor seinem Tod 1989 erschienen.
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